Sim, senhoras e senhores, Capitão América: Guerra Civil é mais um dos filmes da franquia da Marvel/Disney, que teve início lá atrás com o Homem de Ferro (2008), sendo este o mais sombrio de todos e, tudo o que foi prometido em Vingadores 2, é concretizado aqui, onde desde o início sentimos um clima de ruptura apesar dos costumeiros diálogos engraçados.
A ideia aqui agora, mais do nunca, é proteger as pessoas de ameaças tais como invasões alienígenas, organizações terroristas (Hydra) e por aí vai. Mas de quem é a responsabilidade pelos danos colaterais? Quem deve responder pelos mortos?
Capitão América acredita que se deve salvar a maioria de pessoas, e mesmo não sendo possível, não se deve desistir. Ele é um soldado e aceita perdas com a calma de quem já viu acontecer muitas vezes.
Tony Stark não acha que mortes sejam aceitáveis, como a figura mais pública e financiador do grupo, ele é atormentado por seu passado e por novos fantasmas trazidos a eles pelos que sofreram perdas durante as ações dos Vingadores.
Stark quer ser um herói, seu ego o impulsiona, mas ele não deseja o lado sombrio dessa situação. É difícil pensar que ele tem uma parcela significativa na tragédia de Sokovia, pois ele ajudou a criar o Ultron, e por atos anteriores, até os atos dos irmãos Maximoff é parte responsabilidade dele. Assim, o tratado de Sokovia vem como uma maneira de transferir as decisões difíceis, além do ônus da culpa pelas eventuais mortes, deixando isso para a ONU. Em outras palavras, os heróis só trabalhariam onde e quando a instituição quisesse, dessa forma se alguém morresse durante as suas missões estaria tudo bem, certo? Errado. Ninguém poderia "reclamar", pois teriam o respaldo da ONU.
Mas tudo isso fica de pano de fundo para se discutir sobre amizade, lealdade, culpa e até amor. As amizades são postas a prova: até onde você pode ir para se manter leal aos amigos? Quem é mais digno de ser ajudado? Até aonde ir para se proteger alguém? As perguntas são lançadas, se serão respondidas a contento ou se todos sairão ilesos ou não, só vendo.
O filme tem um roteiro com reviravoltas interessantes, e o melhor, não escolhe um caminho fácil para finalizar. Na verdade, podemos sentir que tudo o que foi colocado ficou em aberto aguardando um novo episódio.
“Já pensou o que se passa na cabeça de uma pessoa? Eu sei,
pelo menos, a da Riley.” E assim
começa essa animação que é um dos filmes da Pixar[1] que
mais diverte a criançada e que os psicólogos piram.
Riley é uma garotinha que terá que se adaptar a uma nova vida
quando se muda para outro estado com os pais. A história se passa dentro, na
mente da garotinha precisamente, e fora da personagem também. Nela, vemos que
decisões tomadas sem um motivo aparente podem ser apenas mecanismos de defesa, como
não comer brócolis, por exemplo, que tem uma aparência, talvez não muito
agradável para as crianças.
Na mente da pequena Riley, a primeira a nascer é a Alegria e
existe um painel com apenas um botão e, após a primeira memoria ser criada,
passa por engrenagens bem complexas. Logo em seguida, a menina cresce e o
painel aumenta com uma maior quantidade de botões e engrenagens mais complexas
ainda. Seus sentidos: Alegria, Medo, Raiva, Nojinho e Tristeza reagem e
trabalham, muitas vezes em conjunto, outras... nem tanto.
A criação de memorias base são aquelas que remetem a um
momento importante da vida da pessoa e, cada uma molda um aspecto da personalidade,
como a ilha da família, por exemplo. Isto é, essa ilha é todo o significado de
família que a pessoa tem. A perda de alguns desses sentimentos como a alegria
ou a tristeza torna a pessoa apática, depressiva. Riley sofre por não sentir
nem alegria ou tristeza, apenas raiva, medo e nojo.
Isso ocorre quando a
Alegria tenta salvar as memórias básicas da Riley da Tristeza que insiste em
tocá-las. A aventura adentra pela cabeça da menina que mostra lugares no mínimo
inusitados tais como: a máquina para compreender sentimentos abstratos incompreendidos,
como a solidão, onde são fragmentados, desconstruídos, se tornam bidimensionais
e, por fim, tornam-se formas simples até desaparecerem (eu acho); a terra da imaginação;
o subconsciente, onde são levados (objetos, pessoas) que causam problemas e também
se guardam os piores medos; o lugar da produção dos sonhos; e o local que é um achado
(!), a terra do esquecimento, várias lembranças que ficam lá desbotam até
desaparecer.
O filme abre várias discussões tais como: o ser humano pode
ser feliz o tempo todo? Ou ficar triste todo o tempo? Ou do mesmo jeito ter
medo o tempo todo? O que é preciso para ser feliz de verdade? Segundo Buda, o
caminho certo é o caminho do meio. O equilíbrio do ser e da alma.
Não é só na cabeça de Riley que mostra o que se
passa, mas comicamente é mostrada a cabeça da mãe, do pai e do futuro
pretendente da Riley. Muito, muito bom!!
Na mente da mãe...
Na mente do pai...
Na mente do garoto...
[1] Pixar Animation Studios é
uma empresa de animação digital norte-americana pertencente à The Walt Disney Company.
O que torna um filme bom? Bem, uma combinação de boa
química do elenco, boa história (se não for original que seja pelo menos
divertida e bem contada) e, principalmente, a capacidade de deixar trechos
gravados na memória, podem ser momentos ou falas, sabe aquele pedacinho que
quando você lembra depois ainda consegue sorrir (ah, referências). E por falar
em referências ou easter eggs (ovos
de páscoa) vários estão disponíveis para você neste filme.
Goosebumps é assim. Este filme lançado em 2015 passou
rapidamente por aqui e não fez muito barulho mundialmente (considerando o que é
fazer barulho hoje!). Mas esta engraçada película baseada na obra de R. L.
Stine, que admito não conhecer, tem aquele sabor de sessão da tarde de quando
eu era moleca (hum... enchi os olhos de lágrimas!).
Tia colorida e mãe monocromática.
A história é simples: Zach Cooper (Dylan Minnette) e sua
mãe Gale (Amy Ryan) mudam-se para a cidade de Madison, Delaware para recomeçar a
vida após a morte de seu pai. Sua tia Lorraine Cooper (Jillian Bell) já mora na
cidade e tem uma loja de roupas (veja o figurino colorido dela). Chegando lá,
Zach conhece a vizinha Hannah (Odeya Rush) por quem fica interessado logo de
cara, mas o jeito esquisito do pai da garota, R. L. Stine (Jack Black), pode
atrapalhar tudo. Em meio a isso ele precisa se adaptar à nova cidade (bem
diferente de Nova Iorque), a escola (onde sua mãe será a vice-diretora),
arranjar novos amigos, tentar conquistar seu interesse amoroso e ainda combater
uma invasão de monstros que saíram de dentro de livros. Ufa! Só isso, vai ser
mole!
R. L Stine, Zach, Champ e Hannah.
O senhor arrepio: Jack Black está muito bem como R. L.
Stine. Ele é um homem estressado, sempre pronto para fugir de suas próprias criações
e do mundo ao redor. Ele também é a voz do boneco Slep, que no filme é uma
representação assustadora do próprio Stine.
Fugindo do lobisomem do pântano.
Mocinhos aventureiros: Hannah é uma mocinha digna das
grandes aventuras juvenis, ela é engraçada, destemida, inteligente e que tem
respostas rápidas. Ela quer sair e conhecer o mundo, não tem receio de falar
com o vizinho novo e nem de levá-lo para explorar o lugar. Zach está tentando
conquistar a moça e não se importa de arranjar problemas pra isso, mas não fica
o tempo todo babando em cima dela. O relacionamento vai se desenvolvendo junto
com a correria, o mundo não para por causa deles e isso é bom pois não quebra o
ritmo.
Mocinha descolada!.
Personagens sem noção: todos tem um pouco disso no filme,
mas Champ (Ryan Lee, que também está no bom Super 8, de 2011) e a tia Lorraine são insuperáveis (embora ele
tenha mais momentos, ela não fica por baixo!). Com eles estão os melhores
momentos do filme. Champ (diminutivo de Champion, é mole?!) e Lorraine são
muito parecidos, nenhum dos dois está interessado em emoções fortes, querem
apenas encontrar um par, que para Champ pode ser qualquer garota.
Melhores momentos: tem vários. Quando Lorraine chega para
encontrar a irmã Gale e Zach, e ela vai falar sobre como o sobrinho está bonito
agora é um dos meus preferidos. Você lembra daquela tia maluca que sua mãe
convida para a sua festa só para te fazer vergonha na frente dos seus amigos,
contando aqueles momentos embaraçosos da infância que você deseja ardentemente
esquecer.
Ou quando Lorraine e Zach estão casa no dia da festa e
ela resolve contar ao sobrinho suas aventuras amorosas. Outro desses é quando
Zach e Champ invadem a casa de Stine para saber o que aconteceu com Hannah. E Champ
explica para Zach como ele é diferente dos outros jovens, pois nasceu com o
benefício do medo. Enfim, poderia citar mais momentos, e até mesmo as falas,
pois há muitas e bastante engraçadas.
Enfim, há muitas boas razões para assistir a este bem amarrado
filme juvenil: aventura, romance, comédia, é escolher seu motivo, fazer a
pipoca e aproveitar!
Você diria, “ora isso é simples, não se pode fazer acordos com o diabo porque ele é perigoso!”. Sim, perigoso e traiçoeiro e quando você assiste ao filme Motoqueiro Fantasma (hum!), isso fica bem mais claro.
Ui! Bonitão! Matthew Long
Deixa-me clarear mais o meu ponto: era uma vez um rapaz bonito e simpático (Matthew Long), que morava em um trailer de show de acrobacias de motos, que estava apaixonado por uma bela garota e tinha um pai motoqueiro de quem gostava bastante. O que mais o garoto podia querer da vida. Bem, mas vida é complicada e ninguém passa por este plano sem ter experiências e algumas (talvez a maioria), seja bem difícil. A provação começa quando ele descobre que o pai tem câncer terminal. Sabemos que o desespero, assim como uma mente ociosa, é a porta que o diabo precisa. Levado pela dor, ele convoca Mephisto (Peter Fonda) e faz o tal acordo com sangue, mas nesse caso, puxa, o pé-de-bode pegou pesado.
No outro dia, Johnny encontra o pai vendendo saúde, e pensa: certo, agora tudo vai ficar bem. NÃO! O câncer se vai, mas ele assiste o pai falecer num terrível acidente de moto. É claro, que não foi um acidente, afinal o capiroto está lá. Bem, na cabeça do garoto, o acordo foi para o saco, o diabo não cumpriu a parte dele. Mas como, ele fez aquilo que nós fazemos quando ficamos empolgados com alguma oferta incrível, ele não leu o contrato. Ele desejou que o pai não morresse de câncer, ao invés de desejar que ele não morresse, ou qualquer outro pedido que deveria ser super bem elaborado (como uma pergunta dividida em 27 partes), e também não pediu a via dele do contrato.
Assim, o mundo de Johnny Blaze vai por água abaixo. Ele perde o pai, e como o diabo vai querer cobrar a dívida, acaba por ter que deixar o amor da sua vida, Roxanne, pois, segundo o acordado, depois que fizer 21 anos, o diabo terá acesso à sua alma. O rapaz vai embora para longe só até que se cumpra a mais sacana parte do acordo: ele se transforma no Nicolas Cage. Pausa para a peruca ridícula! Pois é, complicado, mas fazer o quê? E se você acha que não pode ficar pior do que isso, fique sabendo que nada é tão ruim que não se possa acrescentar mais um pouquinho de desgraça. O roteiro. Hein? Que roteiro? Ah sim, aquela coisa "liguenta" que devia conectar todo mundo de forma interessante. Bem, isso é ruim demais! Mas vamos a ele: um diabo já é ruim sozinho, mas aqui ele tem um filho (Wes Bentley), chamado Coração Negro!, e como quem sai aos seus não degenera, o menino é pior do que o pai e quer usurpar o trono dele.
Coração Negro está na Terra tentando se apossar de milhares de almas que poderiam aumentar o seu poder e assim permitir a concretização de seus planos malignos. Mephisto, (que não consegue botar o garoto na linha sozinho), procura Johnny e oferece sua alma de volta, para isso, ele deve deter o moleque. A partir daí, são só falas ruins e efeitos frágeis. Johnny se torna o Motoqueiro Fantasma e luta com alguns anjos caídos. No outro dia, acorda em um cemitério e conhece o misterioso Coveiro (Sam Elliot). Ele diz a Johnny que o que aconteceu na noite anterior não foi sonho e que as coisas vão piorar.
Quando retorna a cidade, Johnny encontra o amigo morto e descobre que Coração Negro levou Roxanne. Volta para falar como o Coveiro que conta a ele sobre o contrato de San Verguanza, o contrato mais medonho que se pode imaginar, que colocou um monte de almas sebosas juntas, para que o diabo pudesse tê-las. Segundo o Coveiro, o contrato foi escondido pelo antigo Cavaleiro do diabo, um ranger do Texas, que teria feito um acordo com Mephisto no século 19.
Resumo da ópera, todos vão até o vilarejo onde o contrato está. Johnny o encontra, mas é obrigado a entregá-lo ao Coração Negro para salvar Roxanne (Eva Mendes), que absorve todas as almas do contrato e isso faz com que o Motoqueiro possa usar sua Corrente da Penitência e seu olhar para queimar as almas culpadas e liquidar o diabrete. Mephisto aparece e devolve a alma a Johnny e o quer como caçador de recompensas, mas o Motoqueiro permanece com seu poder e consegue repelir o coisa ruim.
E o que mais do filme? Nada! A Eva Mendes só tem a função de ficar bonita dentro daquelas roupas apertadas, o amigo de Johnny não é cômico o suficiente pra gente lamentar a morte dele. Os diabos não são assustadores como deveriam ser, são diabos de botique, tão arrumadinhos que me dão desgosto e o Coveiro, que na verdade era o antigo cavaleiro, não acrescenta muito. E o que dizer de Nicolas Cage, parece que subiu na moto e entrou no filme errado, não era para ele estar em Motoqueiros Selvagens (2007) com John Travolta e companhia? Ele parece se encaixar melhor aqui.
Nem de longe este filme carrega o espírito do Motoqueiro Fantasma. Na verdade, é tão ruim que nada pode justificar o 2, que nem merece um comentário separado de tão caricato e pobre.
O Motoqueiro Fantasma é um conto gótico de terror. Daqueles que se conta à noite em uma roda de pessoas com uma luz bruxuleante ou como apareceria em uma antiga série de TV chamada O Carona (1983). Aquelas histórias que causam um arrepio pelo corpo e te fazem olhar por sobre o ombro. O Motoqueiro surge após o anoitecer com sua moto envenenada e sua cabeça flamejante para trazer justiça a este mundo e queimar os pecadores. Então, se você estiver na estrada durante a noite e surgir atrás de você uma figura cercada por fogo, tenha certeza de estar com a consciência limpa, pois do contrário, o Motoqueiro veio para buscá-lo!
Pensei muito sobre esse artigo antes de começar a escrever. Os motivos nada têm a ver com o gênero (terror?), ou por se tratar de um filme sobre bruxas. Que fique claro, eu adoro filme de terror. O motivo de pensar tanto é porque esse é um filme do Nicolas Cage. Bom, se não ficou claro que não curto muito o referido ator, deixo claro agora: eu não gosto dele, nem dos filmes dele, pelo menos não da maioria. Tudo a ver com roteiros capengas, perucas, eterna cara de sofrimento ou machão com dor de barriga.
Mas aqui não é o caso. Caça às bruxas é um filme que me diverte muito em sua uma hora e cinquenta e três minutos. Nem vejo o tempo passar. É o motivo? Não é a história superoriginal, nem o mega elenco. Na primeira vez que assisti só conhecia Ron Pealman (Hellboy – 2004), além do Nicolas Cage. Nada disso, o atrativo desse filme é ter uma narrativa sem atropelos e, principalmente, trazer o Nicolas do jeito que ele parece nos filmes, mas que nunca se assume: feio, velho e derrotado.
Ah, a água benta...
O roteiro é de uma simplicidade singela: dois cavaleiros (Cage e Pearlman) que lutaram durante as Cruzadas começam a questionar se esse é mesmo o desejo de Deus após um terrível massacre. Claro, há aquele padre que você (bom, você que não tem a mente tacanha) ia querer ver morto e todas as desafortunadas vítimas do massacre.
Os dois estão cansados de defender um Deus sangrento e seus nem sempre nobres representantes terrenos. Então, desertam e retornam para casa. Durante o regresso eles entram em contato com a peste negra que está dizimando a população e chegam a uma cidade onde acabam presos por abandonarem seus postos. A punição para tal ato e a morte. Mas, enquanto estão presos, são chamados pelo cardeal local que está morrendo com a peste e lhes faz uma proposta: se eles conduzirem uma garota acusada de bruxaria para ser julgada em um mosteiro, eles serão perdoados.
É desse ponto em diante que vemos o quanto Behmen (Cage) está desgostoso com a Igreja. Sabendo como funciona o pensamento dos clérigos, “mate todos e deixe que Deus escolha os seus”, ele recusa o serviço, pois sabe que as chances da moça ter um julgamento justo são mínimas. No entanto, depois de ver a jovem ele se compadece e resolve aceitar a incumbência.
A jornada tem início com tudo para dar errado (claro), afinal o diabo é pernicioso. A caravana é formada pelos dois cavaleiros, mais um cavaleiro de luto, um jovem padre, um ladrão e seguindo-os de perto, um jovem que quer ser iniciado como cavaleiro. A história, um lugar comum. Eles vão seguir um caminho que ninguém conhece direito e o guia é o ladrão. Eles vão atravessar uma floresta conhecida por ser perigosa e ainda tem uma ponte que está se deteriorando no meio, (deu para ver o urubu no ombro dele?).
De início, parece que o diretor vai jogar um pouco com o fato de a moça ser ou não uma bruxa, estar ou não possuída, mas isso se dilui rápido e fica claro que a moça tem algo de assustador. O que fica implícito é se a garota é conivente ou apenas uma vítima. Enfim, ela joga com os medos de todos e alimenta a necessidade de Behmen de fazer as pazes com sua própria consciência. E esse é o questionamento dele: salvando uma alma pode redimi-lo das atrocidades cometidas no passado?
Feio, velho e derrotado? Never!!!
Como se vê simples e nada pretensioso. O diretor Dominic Sena fez uma narrativa fácil em que você que está acostumado a ver esse tipo de filme e até pode adivinhar o que vai acontecer. Mas o melhor é os dois personagens principais, Behmen, tentando encontrar sua alma, afinal o personagem depende muito daquela cara de dor que o ator sempre sustenta em seus filmes. E Felson, fazendo o tipo bonachão, politicamente incorreto, que se tornou um cruzado para obter o perdão por seus pecados, que eram tantos e tão variados, que se ofereceu logo para 10 anos de serviço.
A interação dos dois gera algumas boas tiradas, como quando estão na masmorra falando sobre a recusa de Behmen a trabalhar para a Igreja, Felson diz: “você viu a cara do padre quando disse que não ia trabalhar pra eles? Parecia que alguém tinha mijado na água benta.” Ou Behmen contando como uma garota pequena pode derrotar um homem e ficar com seu soldo de um ano e Felson responde: “ah, as coisas que ela fez naquele quarto!”
Bem, não é um expoente do gênero (nada de terror, mas sim de aventura), mas é um filme divertido, com um bom cuidado de produção, com efeitos razoáveis e que se pagou. Nicolas Cage não está com uma peruca ridícula tentando parecer o “cara”, (sua expressão de dor tem função aqui). Ele é apenas um homem no limite de sua sanidade, lutando pela própria salvação e que tem a sorte de ter um companheiro divertido e leal. Ele consegue suavizar o pior de suas existências, enquanto atravessam um mundo caótico e doente apartados de qualquer esperança.
Quão longo precisa ser um filme para
contar bem uma história? Antes existia uma grande preocupação por parte de
diretores e produtores da sétima arte para que as pessoas não achassem o filme
chato, arrastado, difícil de ver no cinema. Recentemente esse não tem sido um
problema, alguns filmes, que poderiam ser considerados longos são campões de
bilheteria. Produções tão bem articuladas e divertidas, além de interessantes
que nem percebemos que estamos ali há muito tempo ou tomamos refrigerante demais
até ser quase tarde demais.
Bem, se tamanho não é problema, então, o que tem de errado com este filme? Para
mim, ele se repete sem necessidade, o ritmo da história é capenga e o pior,
parece que realmente começa depois dos trinta primeiros minutos.
Esse filme trata de origem. Mas pelo que sabemos não seria a origem dos
personagens centrais, certo? Mas então porque precisamos ver logo no início
toda a tragédia da vida de Bruce Wayne revisitada? Será que ninguém sabe o que
aconteceu com ele, como perdeu os pais, como encontrou a caverna, como se
convenceu a usar o seu medo contra os bandidos? A trilogia dirigida pelo
Christopher Nolan não tem tanto tempo assim. O que é? O Bruce fica mais
traumatizado cada vez que a cena aparece na tela?
Assim, você encontra o Super-homem
tentando levar uma vida normal e, para a minha felicidade, aquele jeito
abobalhado do Clark Kent finalmente foi superado. Ele é inteligente e
questionador, embora você não entenda como um repórter de um dos maiores
jornais do país possa não conhecer Bruce Wayne. Ele não fica fingindo uma
patética submissão e nem gaguejando (graças a Deus!) como acontece em outros
filmes. E o Batman? Bem, ele está mais surtado, violento e interessante do que
em qualquer outra versão. Mas aí tem aqueles sonhos (que depois precisam ser
explicados pelo diretor), e tudo se arrasta ainda mais.
O pior é que a entrada do Lex Luthor não faz o filme ficar mais
excitante. “A maior mente criminosa do mundo”, que sempre foi bem caricata nas
outras produções, não ficou melhor e nem mais interessante dessa vez. Nos
outros filmes, o Lex parecia um trambiqueiro que teve a oportunidade de aplicar
o grande golpe. Mas aqui, o cara já é rico, traumatizado com os maus tratos do
pai.
Ah, mas esse Lex é irritante, com uma vozinha aguda, batendo
palminhas, miando como um gato, ora vacilante, ora meio louco. Sim. Quando ele
fala com o Super-homem sabe quem ele parece? O Coringa. Parece que para ter o
Batman e o Super-homem no mesmo filme precisa se mesclar os dois maiores
inimigos dos dois heróis (affe), não dá pra mim.
Demora uma vida, mas finalmente inicia a luta que dá título ao
filme. Você espera a quebradeira, a bagaceira. Afinal, você viu o Batman se
preparar para aquele momento. Mas opa! Apesar dos efeitos incríveis, a luta é
muito insossa, mesmo os truques do morcego não conseguem sustentar a ação de
forma interessante, e o gosto ruim vai aumentando para culminar na luta final,
porque o roteiro deixou tudo para o fim e finaliza mal.
Senão fosse a Mulher Maravilha, seria o fim do Batman e da ação no
filme. O morcegão sofre, porque de fato, ele não pode fazer nada contra a
grande ameaça e o Super-homem está piegas demais, indo de novo para o
sacrifício. Você não está cansado de ver o cara morrer ou quase isso em todos
os filmes? Eu estou. Não justifica e nem polemiza como o diretor quer. Na
verdade, tira o brilho do personagem e enfraquece o mesmo.
O que o filme tem de bom? Além de um Clark remodelado, um Bruce
surtado (sim, nunca pensei que diria isso, o Ben Afleck ficou muito bem!). Tem
a Mulher Maravilha, ela rouba a ação, (e não ache que gostei da Gal Gadot como
a heroína), vai pra cima mesmo e mostra o que está fazendo ali. E também há a
Lois Lane, aquela que pra mim sempre foi a pior coisa dos filmes do
Super-homem. Ela está mais humana, preocupada com o homem que ama, apesar de
toda chorosa, vai atrás de entender o que está havendo, apesar de guardar tudo
para ela. Por quê? Não sei, esse é um mistério que nem o diretor pode responder.
Ah, se fosse eu cheirando esse cangote...
Então,
Batman vs. Superman é um filme pretensioso, que se arrasta longamente numa
trama frágil, onde tudo requer uma longa explicação a ponto de torna-lo
cansativo e na maior parte do tempo muito tedioso.
Não concordo com Joss Whedon quando ele disse
que “falhou miseravelmente” no segundo filme dos Vingadores. Embora eu, com
certeza, teria pelo menos, terminado o filme de maneira diferente.
Vejamos alguns pontos:
Muitos personagens para administrar – contar
uma história de maneira interessante e divertida não é fácil, e quando há
tantos personagens se torna ainda mais complicado. Não me refiro a uma possível
guerra de egos entre os atores que poderiam querer aparecer mais ou menos, mas
sim, ao fato de conseguir amarrar todo mundo sem deixar a trama frouxa. Fazer
com que cada personagem tenha sua devida importância para que você não tenha a
impressão de que tem gente ganhando dinheiro sem se esforçar. Ele faz isso bem,
pelo menos na maior parte do filme, principalmente, considerando que mesmo
personagens classicamente chatos (bem, no meu tempo de leitora de HQs, o Pietro
e a Wanda eram um nojo!), ficarem interessantes e até simpáticos, como ele fez
com o beberrão do Tony Stark.
#botamaisuma
No primeiro filme são cinco heróis (Hulk,
Homem de Ferro, Thor, Viúva Negra e Gavião Arqueiro), no segundo, são
acrescentados mais três Visão, Mercúrio e a Feiticeira Escarlate (ou os irmãos
Maximoff), e ainda insere rapidamente na trama o Falcão e Máquina de Combate
(ufa!). Tem mesmo que cronometrar para botar esse povo todo na tela.
A História – bem, temos aqui uma premissa
interessante, mas deixa aquele gosto de não entendi. Eu explico: o Thor veio
atrás do irmão e claro do Tesseract (será que é assim mesmo que escreve?), mas
ir embora sem levar o cetro? Ai meu Deus! Nós entendemos como o danado foi
parar nas mãos da Hidra, mas não entendemos o motivo pelo qual Thor não levou
aquele troço de volta para Asgard. O perigo que o cetro representava ficou
claro, ele usou para dominar todo mundo que trabalhou para ele, além do mais, o
Loki não queria se separar dele, “só” por isso já dava para perceber o perigo.
Claro que foi uma sacada colocar uma das joias do infinito nele. Isso resolveria
dois problemas: o primeiro são os poderes dos gêmeos e o segundo, o fato de a
Feiticeira ficar com o Visão, mas ainda assim, fica aquele gostinho de vacilo.
Os irmãos Maximoff na trama. Eles estão lá,
tem os motivos, embora para mim, culpar o Stark por todas as coisas ruins que
aconteceram a eles seja um pouco demais. É como culpar os fabricantes de
chocolate e os restaurantes fast-food pelo aumento da obesidade, peraí. Eles
existem, mas você não é obrigado a comer. É sua opção, mesmo que seja uma opção
ruim, vamos admitir. Bem, o Tony construiu as armas, mas não disparou os tiros,
então, a gente vê logo que é pura loucura, e no caso da Wanda, é tão evidente
que dá medo. Quando ela sorri enquanto o Pietro revoltado assiste o Tony se
apossar do cetro, diz tudo sobre o estado mental da moça. Engraçado que o
Pietro sempre foi o mais chato dos irmãos nas HQs, mas ela é... (hummm, lelé da
cuca!).
Tá olhando o quê?
Então o Joss pegou leve com ele porque ia
matar o coitado, affe, não precisava!
#xatiado
Como eu disse, eu teria terminado o filme de maneira
diferente. Já que a Wanda estava se sentindo tão culpada, (e não é para menos,
o que eles fizeram não foi uma cagada, foi um balde de merda!), ela poderia ter
colocado Sokóvia no chão e placidamente morrido nos braços do irmão depois de
todo o esforço. Sim, eu gosto mais do Pietro, não vou mentir, mas quem tem
conhecimento dos poderes do Mercúrio, achou assim como eu, difícil de engolir
aquela morte. Mesmo que você tenha que aceitar que ele ainda estava se
adaptando aos poderes dele, porque como disse o Barão da Hidra: “eles ainda não
estão prontos”. Pelo amor de Deus! Esse foi um vacilo grande!
Reação pós-morte do Mercúrio
Ele salvou várias
pessoas daquele trem desgovernado e poderia ter feito muito mais! Outro furo. Ficou um gosto ruim! Mas bem, continuando. O
Thor e sua visão foi algo legal. Mas onde ele conseguiu aquela roupa quando foi
ver o Dr. Selvik? Deixa, estou brincando, isso é preciosismo. É como se
perguntar como o Capitão, a Wanda e o Pietro chegaram ao laboratório, já que o
Gavião estava com o jato, o Tony e o Bruce em Nova York e ninguém estava
“atendendo o telefone”. Bem, como o Mercúrio chegou lá eu sei, e aposto que ele
deu uma carona a irmã, já o Capitão... Não sei.
Acabamos conhecendo o maior medo do Stark. Não
se enganem, o medo dele não é ver os amigos dele mortos, mas falhar como gênio
construtor. Ele acha que pode salvar o mundo e não precisa consultar ninguém a
respeito porque é Tony Stark. O “badass” acostumado a fazer as autoridades de
besta e gozar com a cara de todo mundo. Por que só na cabeça dele ser um
playboy pode ser incluso numa lista de qualidades! Ei, eu gosto do Tony, ok, eu
fiz a defesa dele lá atrás, não esqueçam.
O Ultron. Gente, é o melhor do filme!
"Como era mesmo o nome? Crianças."
Um
androide com problemas emocionais é uma sacada legal. Além do que o James
Spader, que você pode identificar só pelo movimento da cabeça, quando ele está
conversando com os gêmeos na caverna, está muito bom. Ele é parecido com o
Tony, mas muito mais louco. Ele é cínico, engraçado e quem não riu na parte em
que ele fala: “claro, eu queria mesmo esse tempo para contar o meu plano...”,
nunca assistiu a um filme de vilão megalomaníaco, aquele cara que sente
necessidade de se explicar. Bem, ele não precisa, pois tem os gêmeos, que ele
meio que “adota”. Mas ele também se sente só e está “sofrendo” como disse o
Visão. Eita, um androide avaliando a condição psicológica de outro, é muito
louco isso! E foi um trecho longo do filme, tão filosófico que eu fiquei tonta.
Mas enfim, ele (o Ultron) é pura diversão!
Assim, eu poderia enumerar mais algumas
situações, como por exemplo, a do Capitão América. Mas ele é um cara ainda “novo”
nesse novo mundo. Não sejamos duros com ele como o Tony foi, acusando-o de não
ter um lado sombrio. Acho apenas que ele ainda está procurando o seu lugar. Ele
tem sido apenas soldado desde que “voltou à vida” e, talvez, seu lado sombrio
esteja no filme Capitão
América: Guerra Civil.
Então, vejo esse como um bom filme. Sim, tem
falhas, mas não perde a força cada vez que vejo. Apenas me deixa uma forte
impressão que, em um universo ali ao lado, as coisas poderiam ser um pouco
diferentes e mais bem finalizadas. A propósito, para quem acha que se a Wanda
tivesse colocado Sokóvia no chão, tiraria a força desse novo filme, Guerra Civil,
se engana. O General Ross estaria mais assustado com alguém que coloca uma rocha
com milhões de toneladas no chão, do que com um grupo que destrói. Sim, e você
diria: “mas a Feiticeira morreria”. Mas bem, quem é que morre de verdade no
universo Marvel?
Se vocês prestarem atenção sabem que quase não falo de
séries de televisão. Mas a série de TV Demolidor não só chamou a atenção como fez uma
coisa muito melhor (pelo menos para mim): fez-me ter fé novamente nos roteiristas
de Hollywood. Porque muitas séries me decepcionam por falta de ideias boas, mas
espero que as coisas estejam realmente melhorando.
É difícil para eu falar de como é a série sem dar spoilers, mas vou tentar. Tem ação,
drama existencial, drama de família e quem conhece a história das revistas sabe
que a série poderia acabar por falta de elenco. Os 13 episódios foram lançados
simultaneamente e nisso temos uma vantagem e uma desvantagem. A vantagem é que
podemos assistir a qualquer hora do dia ou da noite e parar até mesmo no meio
do episódio e voltar assistir quando quisermos ou pudermos. A desvantagem é que
temos que esperar um ano até que venha a outra temporada.
Gostei porque o roteiro é bom, os personagens são cativantes,
principalmente, o Foggy Nelson advogado e sócio de Mathew (Matt) Murdock e também
o alívio cômico na trama. Gosto muito das personagens femininas. Falo isso porque
elas não garotas em perigo esperando que o Demolidor venha salvá-las tudo e de
todos. A enfermeira Claire Temple e a secretária e a senhorita Karen Page, são
garotas osso duro, corajosas mesmo. Sim, a série vai surpreender a muitos com
certeza.
A história se passa após a batalha de Nova York
(assistir o filme Os Vingadores), Mathew decide trabalhar com seu melhor amigo
Foggy Nelson. Ele tem sede de justiça, é incorruptível e cego aos nove anos por
salvar um senhor idoso de ser atropelado por um caminhão carregado de produtos
químicos. Matt para os íntimos, de dia é advogado e à noite caça bandido. Após
a batalha os chefões do crime organizados estão querendo tomar a cidade para
si, mas Matt está aí para atrapalhar e impedir que isso aconteça.
Segundo fontes, Demolidor estará no próximo filme do
Capitão América Civil War.
As coisas que eu gosto mais:
As reviravoltas, as lutas, o parkour que, graças ao
seu inventor David Belle, ficou mais
interessante e emocionante o herói correr por cima dos prédios, as garotas.
Mas, tem uma coisa que é melhor... São os coices! Parece que todo mundo foi
estudar na Inglaterra, junto com os cavalos da rainha. Nossa! Eu não listei e
nem consigo fazer um vídeo sobre isso, mas não deixem de assistir, é um melhor
que o outro.
Elenco:
·Charlie
Cox ... Matt Murdock / Daredevil
·Deborah
Ann Woll ... Karen Page
·Elden Henson ... Foggy Nelson
·Rosario Dawson ... Claire Temple
·Vincent D'Onofrio ... Wilson Fisk / Kingpin
·Ayelet Zurer ... Vanessa Marianna
·Bob Gunton ... Leland Owlsley
·Toby Leonard Moore ... Wesley
·Vondie Curtis-Hall ... Ben Urich
DADOS:
A série Demolidor, com distribuição da
Netflix e produzida pela Marvel Tevelision, ABC Studios, DKnight e Goddard
Textiles. Já possui cinco estrelinhas pela opinião dos telespectadores.